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Publicado em 09/04/2025, às 14h20 De acordo com estudo, o planeta pode enfrentar uma extinção em massa, similar à do Período Permiano. - Tânia Rêgo/Agência Brasil Redação
De acordo com um estudo desenvolvido pelo pesquisador Hugh Montgomery, o planeta pode enfrentar uma extinção em massa, similar à do Período Permiano, se os efeitos das mudanças climáticas não forem revertidos. O Período Permiano aconteceu há aproximadamente 251 milhões de anos atrás fazendo com que 90% das espécies sumissem.
Além de pesquisador, Hugh Mongomery também é diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, localizado no Reino Unido, e um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e mudanças climáticas da publicação científica The Lancet.
Montgomery, que abriu a programação do Forecasting Healthy Futures Global Summit, evento internacional sobre saúde e clima realizado no Rio de Janeiro na última terça-feira (8), destacou que a extinção de espécies já está em curso e tem sido a maior e mais rápida que o planeta já viu. Ela é causada diretamente pelas atividades humanas. No entanto, as consequências podem se tornar ainda mais catastróficas se o aumento da temperatura global atingir 3°C acima dos níveis pré-industriais.
O Brasil foi escolhido para sediar o evento devido à sua importância nas discussões sobre o tema e por receber, em novembro deste ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).
Montgomery advertiu que, caso a temperatura continue subindo, a própria sobrevivência da espécie humana será comprometida. Ele também destacou que, se o aumento da temperatura chegar a 1,7°C a 2,3°C, podemos observar um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico, o que causaria uma desaceleração significativa da Circulação Meridional do Atlântico, que regula o clima mundial, além de provocar uma elevação drástica do nível do mar em apenas 20 ou 30 anos.
Outro ponto de preocupação levantado pelo pesquisador é a emissão de metano, um gás com potencial de aquecimento 83 vezes maior do que o dióxido de carbono, que é liberado principalmente durante a exploração de gás natural. Segundo Montgomery, ações imediatas de despoluição não são apenas necessárias para o meio ambiente, mas também para a economia global, que poderá sofrer uma perda de 20% ao ano, ou 38 trilhões de dólares, até 2049, devido aos impactos das mudanças climáticas.