Cidades
Publicado em 17/04/2025, às 16h23 Giovana Góis
A paralisação dos trabalhadores terceirizados das empresas JMT e Fortex resultou na suspensão da alimentação em hospitais públicos potiguares, afetando diretamente pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde. A greve foi iniciada nesta quarta-feira (16) por causa do não pagamento dos salários referentes ao mês de março e da falta dos vales-alimentação.
As unidades atingidas pela interrupção dos serviços ficam no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, na região Oeste potiguar, e no Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros, localizado em São José de Mipibu, na Grande Natal. A informação foi divulgada pelo Sindicato de Saúde do Rio Grande do Norte (SINDSAÚDE/RN), que cobra providências imediatas do Governo do RN e da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP/RN).
Segundo os trabalhadores, 30% dos serviços foram mantidos para assegurar o mínimo de funcionamento, como previsto em lei. No entanto, a ausência de alimentação tem comprometido a rotina hospitalar, incluindo médicos e funcionários administrativos. Em nota, a direção do SINDSAÚDE/RN afirmou que a situação é recorrente e que os profissionais não devem arcar com as consequências da má gestão dos contratos com as empresas.
De acordo com a SESAP, os repasses à empresa JMT foram realizados normalmente, mas os pagamentos aos funcionários seguem em atraso. Já sobre a Fortex, a secretaria ainda não apresentou uma posição oficial.
Durante assembleia, os grevistas decidiram adotar um modelo de revezamento na paralisação: dois dias após a deflagração da greve pela JMT, os profissionais iniciariam a suspensão dos serviços de forma parcial, com o intuito de manter atividades essenciais sem abrir mão da luta pelos direitos da categoria.
As reivindicações dos trabalhadores incluem o pagamento integral e imediato dos salários atrasados, a regularização dos vales-alimentação, garantia de alimentação nos plantões, fiscalização da atuação das empresas contratadas e maior compromisso do Governo do RN com a saúde pública.
A diretora-geral do Hospital Regional Tarcísio Maia, Kaline França, informou que nesta quinta-feira (17) será liberado metade do valor referente aos vales-alimentação em atraso.
Essa é a segunda greve em menos de quatro meses registrada entre trabalhadores terceirizados da saúde pública potiguar.