Cidades
Publicado em 23/04/2025, às 13h00 Pacientes relatam desespero e indignação com a falta de insulina e medicamentos essenciais na Unicat. - Dani Oliveira Dani Oliveira
Mais uma manhã difícil para os pacientes que precisam de medicação distribuída por meio da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (UNICAT). Logo nas primeiras horas da manhã desta quarta (23), Rosangela Teixeira saiu do município de Santo Antônio do Salto da Onça para buscar os remédios que toma diariamente para tratamento da coluna, já estava há mais de duas horas na fila e nenhuma previsão de atendimento. Um dia antes (22), ela enfrentou a mesma fila, chegou às 13h e ficou esperando até às 17h, quando um funcionário avisou que não adiantava mais ficar alí porque o sistema estava fora do ar.
“Isso é um desrespeito enorme com o cidadão que mais precisa. Ninguém enfrenta uma fila dessas estando bem de saúde, todo mundo que está aqui tem doenças graves e ficamos aqui aguentando tudo com sede, no calor e sem atenção”, reclama a paciente Rosangela.
O caso de Sônia Mirian de Oliveira é tão dramático quanto; o marido tem diabetes e já está com a visão comprometida, precisando com urgência de insulina de uso prolongado; medicamento que passou a ser distribuído pela Unidade desde janeiro deste ano. Mas a medicação está em falta, e segundo ela não é a primeira vez. “Desde que começou a ser entregue pelo Governo do Estado o remédio só veio uma vez, acho que 8%, não chegou nem a 10% do que era pra ter vindo. Isso é urgente, é a insulina de ação prolongada, é como pâncreas funciona; sem isso estamos correndo risco de morte”; enfatiza indignada.
Segundo Sônia, ela já tentou contato com os responsáveis pela Unidade de distribuição e nenhuma resposta foi data até o momento. “A governadora não dá nem uma notícia, nenhuma satisfação. Tá todo mundo assim, sem saber o que fazer”. Para ela, a solução nos meses anteriores foi correr atrás de promoções da medicação nas farmácias e conseguir os recursos para comprar, mesmo que com toda dificuldade. A média de valor de uma caixa com cinco ampolas custa R$ 300,00, e cada frasco dura cinco dias de uso.
Assim como eu, existem muitas famílias precisando; a gente acaba conversando nas filas e escuto casos de pessoas morrendo, crianças morrendo nos interiores porque não tem insulina, e não tem como fazer”, lamenta Sônia.
Procurado, o Governo do Estado do RN, por meio da Secretaria de Saúde (SESAP) informou que “o fornecimento de insulina é de responsabilidade do Ministério da Saúde. E que o novo carregamento dos insumos está previsto para ser recebido dentro dos próximos dias. A entrega vem sendo regularizada pelo Ministério desde o início do ano, a partir de novos acordos feitos com a indústria farmacêutica”.