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Publicado em 11/04/2025, às 13h46 Uma das inovações mais promissoras é uma vacina de RNA mensageiro - Tomaz Silva/Agência Brasil Redação
O avanço da gripe aviária em diversas regiões do mundo segue despertando preocupação entre autoridades de saúde, especialmente diante do potencial do vírus para sofrer mutações e se tornar transmissível entre humanos. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, destaca a urgência em acelerar o desenvolvimento de vacinas mais eficazes, incluindo uma possível vacina universal contra a influenza, como uma das principais medidas para evitar uma nova pandemia.
Segundo Levi, uma das inovações mais promissoras é uma vacina de RNA mensageiro que incorpora o material genético de todos os subtipos conhecidos dos vírus influenza A e B. Testes realizados em furões e camundongos demonstraram resposta imune robusta.
Imunizantes contra o vírus da gripe aviária também já foram desenvolvidos e estocados por cerca de 20 países. No Brasil, o Instituto Butantan lidera a criação de um imunizante nacional, atualmente em fase de recrutamento de voluntários para os testes clínicos. A expectativa é iniciar os ensaios em humanos assim que a Anvisa conceder a autorização. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, entre 2003 e março de 2025, foram registrados 969 casos de infecção humana pelo vírus H5N1, com 457 mortes — uma taxa de letalidade superior a 50%. Apesar disso, os índices vêm caindo nos últimos anos. Em 2025, por exemplo, das 72 infecções confirmadas nas Américas, apenas duas foram fatais — uma nos Estados Unidos e outra no México. A maioria dos casos recentes se concentra em território norte-americano.
A transmissão para humanos ocorre geralmente após contato direto com animais infectados. E o número de surtos entre aves e mamíferos não para de crescer. Entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, mais de 900 surtos foram registrados em aves de criação, além de mil ocorrências entre aves silvestres — números que superam os registros de toda a temporada anterior.
No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado em maio de 2023. Desde então, o país contabiliza 166 focos, sendo 163 em aves silvestres e três em criações comerciais.