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Publicado em 16/04/2025, às 09h47 Prefeitura de Natal planeja reativar linhas de ônibus desativadas durante a pandemia, com lançamento do edital previsto para setembro. - Foto: STTU Redação
O novo edital de licitação do transporte público de Natal, atualmente em fase de elaboração pela Prefeitura, deve incluir a retomada de linhas desativadas durante a pandemia. A expectativa é que o documento seja lançado até setembro, segundo vereadores da Câmara Municipal, que discutiram o tema na sessão ordinária desta terça-feira (15).
O consenso entre os parlamentares é de que o processo licitatório precisa responder às carências acumuladas nos bairros e corrigir as falhas deixadas pela retirada de itinerários ao longo dos últimos anos. Linhas como a 44 (Satélite-Alecrim), por exemplo, têm sido uma das mais cobradas pela população e já estão previstas no novo texto, conforme informou o presidente da Comissão de Transporte da Câmara, vereador Leo Souza (Republicanos).
“Outras rotas também estão sendo incluídas gradativamente. O edital prevê, por exemplo, que o 33A vá até o Village de Prata. É fundamental que cada vereador encaminhe as demandas de suas comunidades”, reforçou Leo, lembrando que, no momento, não há amparo legal para obrigar as empresas a reativarem trajetos suspensos.
Ele destacou ainda que a Comissão colocou à disposição um canal telefônico para que a população envie sugestões e reclamações sobre o sistema de transporte. A participação popular, segundo ele, é essencial para garantir um edital mais alinhado com a realidade dos usuários.
Entre os vereadores, há iniciativas para pressionar pela reinclusão de linhas. Preto Aquino (Podemos) anunciou que apresentará uma emenda condicionando seu apoio a qualquer projeto do setor à reativação das linhas 44 e 36 (Cidade Nova). “Tenho um compromisso com a minha comunidade. Não voto em nada sem garantir a volta dessas linhas”, declarou. Ele também criticou a derrubada de seu projeto de lei, que proibia a retirada de linhas sem aprovação legislativa, após contestação do Seturn.
Outros parlamentares também reforçaram pleitos semelhantes. Pedro Henrique (PP) defendeu o retorno das linhas 48 (Nova Descoberta–UFRN) e 66 (Parque das Dunas), ressaltando o impacto da ausência desses serviços para estudantes e trabalhadores da Zona Sul. “Usei muito o 66 na época da universidade. É uma demanda antiga dos moradores”, comentou.
A vereadora Camila Araújo (União Brasil) cobrou a inclusão da linha 25 (Bairro Nordeste–Hospital das Clínicas) e solicitou a reinstalação de dois abrigos na rua Boa Vista. “A fusão da linha 13 com a 25 prejudicou muito a população. A espera chega a 1h30, e os abrigos de parada continuam sem reposição”, criticou.
Além das demandas por itinerários, a vereadora Samanda Alves (PT) trouxe à tona as recomendações feitas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) à versão anterior do edital. As críticas envolviam o prazo de concessão de 20 anos e a ausência de exigência por veículos sustentáveis. Segundo Samanda, a minuta atual já reduz o contrato para 15 anos e incorpora metas para o uso de ônibus elétricos e movidos a gás. “A prefeitura inicia amanhã os testes com um ônibus elétrico, e a Potigás está dialogando para ampliar o uso de veículos a gás natural”, informou.
Após anos de espera, os vereadores esperam que o novo processo licitatório finalmente represente um avanço para o transporte coletivo da capital potiguar. “Não é só ter ônibus novo. É preciso ter frequência, ter linhas suficientes, ter abrigos. É, acima de tudo, respeitar o usuário”, resumiu Camila Araújo.