No Brasil, o Dia dos Povos Indígenas é comemorado em 19 de abril. A data reconhece a diversidade cultural dos povos originários do nosso país. Criada em 1943 durante o Estado Novo, a data nasceu com o nome de "Dia do Índio". Porém, em 2022, a lei 14.402/22 mudou o nome para Dia dos Povos Indígenas. Nesta mesma data, celebra-se também o Dia do Exército Brasileiro, em memória da Batalha dos Guararapes, que ocorreu em 1648 no estado de Pernambuco. Mas, o que as duas celebrações e a Prefeitura de Natal têm em comum? A resposta tem quatro letras: "Poti".
O nome Poti tem origem na língua indígena tupi-guarani, e significa camarão. Daí os potiguares serem chamados de comedores de camarão. Poti foi também o nome do mais célebre índio já nascido em terras potiguares. Batizado pelos portugueses de Antôni Felipe Camarão, o índio foi um dos heróis das Batalhas dos Guararapes. Ao lado do escravo negro Henrique Dias e do militar branco João Fernandes Vieira, Poti liderou as tropas que determinaram o fim do domínio holandês no Nordeste brasileiro. As batalhas aconteceram no Monte Guararapes, onde hoje está localizado o bairro de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.
E a Prefeitura de Natal? O nome do prédio sede do Poder Executivo da capital potiguar é justamente Palácio Felipe Camarão. Construído e inaugurado em 1922, o prédio recebeu o nome através da Lei 359/A, de 1955, em homenagem ao índio Poti.
O índio Poti, ou Antônio Felipe Camarão, além de sua bravura e por se destacar nas lutas para expulsão dos invasores holandeses, foi figura ilustre e admirada em Portugual. Tanto que o rei de Portugal João IV, em 16 de maio de 1633, concedeu-lhe um brasão de armas e nomeou-o capitão-mor de todos os índios do Brasil, passando, a partir daí, usar a palavra Dom antes do nome, como indicativo de nobreza. Recebeu ainda a comenda dos Moinhos de Soure. Estudiosos apontam que Dom Antônio Felipe Camarão morreu de febre palustre, que é a atual dengue, em 1648, nos arredores de Recife.
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