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Publicado em 17/04/2025, às 08h55 Empresas interessadas podem se inscrever no site oficial e participar do movimento de valorização regional. - Dani Oliveira Dani Oliveira
O surfista Ítalo Ferreira é um "feito potiguar"; isso o mundo inteiro sabe e reconhece. Mas o estado possui inúmeros outros protagonistas, principalmente empreendedores que atuam com produtos genuinamente locais. E com o objetivo de promover a valorização dessas produções e estimular o consumo consciente do que é produzido no Rio Grande do Norte, foi lançado nesta quarta-feira (16), na sede do Sebrae-RN, em Natal, o movimento “Feito Potiguar”; que traz como embaixador o atleta campeão olímpico das ondas, natural de Baía Formosa.
A iniciativa envolve instituições públicas e privadas ligadas ao setor produtivo e visa reconhecer empresas com produtos conectados à cultura e à economia do estado, por meio de um selo oficial de identificação.
O lançamento contou com a presença de empreendedores, representantes do poder público, federações empresariais e da sociedade civil. A programação incluiu uma feira de produtos potiguares e a apresentação do portal oficial do programa — feitopotiguar.com.br — que reúne as informações sobre os critérios e etapas para adesão ao selo.
Integração institucional
A iniciativa é fruto da articulação entre Sebrae-RN, Fecomércio, Fiern, Faern e o Governo do Estado, com apoio da Federação dos Municípios do RN (Femurn). Segundo os organizadores, o projeto busca ampliar o reconhecimento das marcas locais, contribuir para o fortalecimento econômico das regiões e estimular o sentimento de pertencimento da população potiguar.
Essa é uma ação que une o setor produtivo em torno de um propósito comum: valorizar o que é feito aqui. Não se trata apenas de incentivar o consumo local, mas de posicionar nossos produtos com qualidade, identidade e origem”, avaliou Zeca Melo, superintendente do Sebrae-RN.
O secretário estadual de Gestão e Projetos Especiais, Adriano Gadelha, reforçou o apoio institucional ao programa, destacando a importância da articulação com os municípios para garantir capilaridade à iniciativa.
Selo reconhece identidade e potencial comercial
O “Feito Potiguar” prevê a concessão de um selo oficial a empresas que atuam nos setores de alimentos, bebidas, agronegócio, agroindústria, entre outros, e que demonstrem maturidade gerencial, alinhamento com a identidade local e compromisso com boas práticas de produção.
“Elaboramos critérios técnicos para garantir que o selo represente, de fato, qualidade e conexão com o Rio Grande do Norte. É uma maneira de diferenciar nossos produtos no mercado, gerando valor agregado e visibilidade”, explicou Elton Alves, gestor do programa.
Trinta empresas foram reconhecidas na primeira fase do movimento, entre elas a Boutique da Abelha, de Pureza/RN, que atua no segmento de apicultura. Para a proprietária Gerlânia Bezerra, o reconhecimento é reflexo de um processo construído com seriedade. “Esse selo mostra que estamos no caminho certo. Trabalhamos com responsabilidade e sempre buscamos qualidade nos nossos produtos.”
Também foi contemplada a queijaria Dona Branca Artesanais, que atua em todas as etapas da cadeia produtiva do leite. Para o empreendedor Vitor Rezende, a adesão ao programa representa novas oportunidades. “O selo vai nos dar mais visibilidade e abrir portas em mercados que ainda queremos alcançar. Nosso produto carrega a identidade do RN, e agora isso estará mais evidente.”
Com 78 anos no mercado, a fábrica Simas, produtora de balas e pirulitos, também aderiu ao programa. Luís Eduardo Gadelha, representante da empresa, destacou a importância de associar origem e qualidade ao consumo. “Muitos consomem nossos produtos sem saber que são feitos aqui. Poder mostrar isso ao público é uma forma de fortalecer nossa indústria e o orgulho regional.”
Como participar
Empresas interessadas em obter o selo “Feito Potiguar” devem preencher um formulário disponível no site oficial, onde também são informados os critérios de avaliação e etapas do processo. Após a inscrição, será realizado um diagnóstico para verificar a adequação aos parâmetros exigidos.
O movimento pretende ampliar gradualmente o número de negócios reconhecidos, contribuindo para um cenário econômico mais integrado, sustentável e baseado na valorização do que é produzido no estado.