Polícia
Publicado em 10/04/2025, às 08h13 A rebelião em Alcaçuz, marcada por violência extrema, resultou em mudanças na administração da penitenciária e envio de tropas federais. - UOL Dani Oliveira
A Justiça do Rio Grande do Norte iniciou as audiências de instrução que vão definir se os 15 acusados pela morte de 26 detentos durante a rebelião no Complexo Penitenciário de Alcaçuz, em janeiro de 2017, irão a júri popular. A rebelião ficou conhecida como o Massacre de Alcaçuz e é considerada a mais violenta da história do estado.
As audiências começaram na última terça-feira (8) e seguem até sexta-feira (11), de forma virtual. O processo está sob responsabilidade da Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Natal (Ujudocrim), órgão vinculado ao Tribunal de Justiça do RN.
Segundo o TJRN, o caso tramita em segredo de justiça, o que limita a divulgação de detalhes sobre os depoimentos e o andamento do processo. Nessa etapa, chamada de audiência de instrução, são ouvidas testemunhas e, posteriormente, os próprios réus são interrogados. Ao fim, a Justiça decide se os acusados devem ser levados a julgamento pelo Tribunal do Júri.
A rebelião
A rebelião de 2017 em Alcaçuz teve início após um confronto entre facções criminosas rivais que disputavam o controle da unidade prisional. Durante dias, o presídio ficou sob domínio dos detentos, com cenas de extrema violência, fugas, desaparecimentos e a destruição de parte da estrutura física.
O episódio gerou forte repercussão nacional e internacional, evidenciando a crise no sistema prisional potiguar e a falência na gestão de segurança pública à época. A resposta do estado e do governo federal incluiu o envio de tropas da Força Nacional e mudanças na administração da penitenciária.