Polícia

MPRN amplia denúncia sobre assassinato de prefeito de João Dias e aponta participação de 14 pessoas no crime

Investigação revela que crime teve motivação política e pessoal, com envolvimento de uma organização criminosa estruturada.  |  Entre os novos acusados estão Damária e Leidiane Jácome, apontadas como mentoras do ataque que resultou na morte do prefeito. - Foto: Reprodução

Publicado em 07/04/2025, às 08h10   Entre os novos acusados estão Damária e Leidiane Jácome, apontadas como mentoras do ataque que resultou na morte do prefeito. - Foto: Reprodução   Redação

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) apresentou um aditamento à denúncia relacionada ao assassinato do prefeito de João Dias, Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo Oliveira, e de seu pai, Sandi Alves de Oliveira. O crime, ocorrido em 2024, também envolveu a tentativa de homicídio do motorista Alcino Gomes da Silva. A nova peça acusatória amplia a lista de suspeitos, incluindo mais quartorza nomes como participantes da ação criminosa.

Inicialmente, a denúncia já havia apontado Francisco Emerson Lopes da Silva, Jadson Rodrigues Rolemberg, Heliton Leandro Barbosa da Silva e Rubens Gama da Silva como envolvidos no ataque. Com o avanço das investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e pela Promotoria de Justiça de Delitos de Organizações Criminosas, o MPRN formalizou a acusação contra os seguintes indivíduos:

Parte dos acusados já estão presos em unidades prisionais de Caraúbas e Mossoró. Outros são considerados foragidos pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte.

Damária Jácome, que ocupava o cargo de vice-prefeita de João Dias na época do crime, e sua irmã, Leidiane Jácome, são apontadas como mentoras intelectuais do grupo criminoso. Ambas seguem foragidas.

De acordo com o MPRN, o atentado teve como motivação a vingança pessoal e política. A denúncia destaca que Damária, Leidiane, Everton Renan, Weverton Claudino, Carlos André e Marcelo Alves são autores do duplo homicídio qualificado, caracterizado por motivo torpe e pelo uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

A investigação também revelou que os envolvidos fazem parte de uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas e voltada para a prática de crimes graves. Segundo o Ministério Público, ao menos 14 pessoas participaram do ataque, todas com funções previamente definidas.

Como foi o crime 

Embora fosse conhecido como Marcelo, o nome do prefeito de João Dias era Francisco Damião de Oliveira, de 38 anos. Ele era candidato à reeleição e, junto do pai, estava visitando casas de apoiadores no fim da manhã do dia 27 de agosto, por volta das 11h, no conjunto São Geraldo, em João Dias, quando criminosos distribuídos em dois veículos chegaram repentinamente ao local e atiraram contra os dois. Um segurança do gestor também foi baleado.

O pai do prefeito, Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos, morreu na hora. Marcelo chegou a ser socorrido e deu entrada com vida em um hospital de Catolé do Rocha, na Paraíba, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, ele foi atingido por 11 disparos de arma de fogo.

Como ficou a gestão do município

Após o crime, o irmão de Marcelo e filho de Sandi Oliveira, Jessé Oliveira, então presidente da Câmara Municipal, assumiu a gestão do município, porque a vice-prefeita Damária Jácome estava impedida pela Justiça. Ele abriu mão da candidatura à reeleição ao cargo de vereador.

A esposa do prefeito morto, Fatinha de Marcelo, foi escolhida como a candidata do União Brasil em substituição do marido e eleita no dia 6 de outubro como a gestora municipal a partir de 2025.

Damária Jácome também disputou a eleição para prefeita de João Dias em 2024 e ficou em segundo lugar, com 20,8% dos votos.

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