Política

Érika Hilton denuncia erro em visto americano com gênero masculino

A deputada federal Érika Hilton relata que seu visto dos EUA a identifica como masculino, desrespeitando documentos oficiais brasileiros  |  Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Publicado em 16/04/2025, às 14h27   Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados   Giovana Góis

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) denunciou nesta quarta-feira (16) que recebeu um visto dos Estados Unidos no qual foi identificada com o gênero masculino, apesar de seus documentos oficiais brasileiros constarem o gênero feminino. O caso veio à tona após uma publicação da parlamentar na rede social X, na qual ela relatou o episódio e classificou a situação como "um ataque à existência de pessoas trans".

Hilton havia solicitado o visto para participar da Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros na Universidade de Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Segundo ela, a alteração ocorreu durante o processo de emissão do documento pela representação diplomática americana.

"Me preocupa um país estar ignorando documentos oficiais acerca da existência dos próprios cidadãos, e alterando-os conforme a narrativa e os desejos de retirada de direitos do presidente da vez", escreveu a deputada, em crítica à nova postura adotada pelo governo norte-americano.

De acordo com Hilton, a mudança no registro ocorreu sob a atual administração de Donald Trump, que reassumiu a presidência dos EUA neste ano e já no primeiro dia de governo assinou uma ordem executiva que reconhece apenas os gêneros masculino e feminino, sem considerar identidade de gênero em formulários oficiais. Ela afirma que em 2023, ainda sob a gestão Biden, havia obtido um visto normalmente, com identificação feminina.

A parlamentar também informou à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, que pretende acionar a Organização das Nações Unidas (ONU) por considerar o caso uma violação dos direitos humanos e um ato de transfobia. Para ela, o governo dos Estados Unidos estaria desrespeitando registros civis de países soberanos, inclusive de representantes diplomáticos.

Até o momento, a Embaixada dos EUA no Brasil não se pronunciou sobre o ocorrido. Hilton, por sua vez, reafirma que não forneceu nenhum dado que justificasse a alteração no gênero, o que, segundo ela, agrava ainda mais a situação.

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