Política
Publicado em 16/04/2025, às 20h52 Governo Lula empurra crise fiscal para quem vier depois - Reprodução Redação
Na proposta da LDO de 2026, o governo Lula decidiu não incluir os precatórios — dívidas da União reconhecidas pela Justiça — na revisão de gastos. Segundo o Estadão, isso empurra uma possível crise fiscal para 2027, início do próximo mandato, mesmo após cortes aprovados em 2024.
A projeção do Ministério da Fazenda para as despesas obrigatórias é crescente:
R$ 2,39 trilhões em 2026
R$ 2,53 trilhões em 2027
R$ 2,67 trilhões em 2028
R$ 2,84 trilhões em 2029
Enquanto isso, os recursos para manter serviços básicos em funcionamento (gastos não obrigatórios) devem despencar: de R$ 208,3 bilhões em 2026 para apenas R$ 8,9 bilhões em 2029 — bem abaixo do mínimo de R$ 170 bilhões exigido pelo novo arcabouço fiscal.
“Temos um desafio claro que ainda precisa ser resolvido”, disse Clayton Luiz Montes, secretário de Orçamento Federal. Ele afirmou que novas medidas serão incluídas na proposta orçamentária de agosto (PLOA).
Só em 2026, os precatórios devem somar R$ 115 bilhões, com R$ 55 bilhões fora do teto de gastos. O valor continua subindo: R$ 124,3 bilhões em 2027, R$ 132 bilhões em 2028 e R$ 144 bilhões em 2029.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reconheceu que o ajuste fiscal é necessário, mas deve ficar para depois das eleições. “O Congresso não costuma aprovar grandes mudanças em ano eleitoral. Vamos fazer nossa parte sem tirar direitos”, afirmou no programa Bom Dia, Ministro.