Política

Juscelino Filho pede demissão do Ministério das Comunicações após denúncia da PGR

Juscelino foi indiciado em 2024 pela Polícia Federal (PF), que o apontou como responsável por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro  |  A decisão ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra o ministro - Reprodução/Agência Brasil

Publicado em 08/04/2025, às 18h03   A decisão ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra o ministro - Reprodução/Agência Brasil   Júnior Teixeira

Nesta terça-feira, 8 de abril, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, anunciou que irá pedir demissão do cargo. A decisão ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra o ministro, acusando-o de envolvimento em um suposto esquema de desvios de emendas parlamentares na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Juscelino foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal (PF), que o apontou como responsável por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Flávio Dino.

A denúncia da PGR será agora contestada pela defesa de Juscelino, e, em seguida, a procuradoria se manifestará antes que o processo siga para julgamento na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia declarado no ano passado que, caso o processo avançasse, Juscelino seria afastado do cargo. Caso o ministro de fato deixe o governo, a expectativa é que o União Brasil continue à frente do Ministério das Comunicações, com o deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA), líder da legenda na Câmara, sendo um dos nomes cotados para assumir a pasta.

Outros escândalos

Juscelino Filho, que assumiu o ministério em 2023, já havia se envolvido em uma polêmica logo no início de sua gestão. O ministro foi investigado pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) após utilizar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para compromissos pessoais, como um leilão de cavalos em São Paulo. A viagem, que ocorreu entre 26 e 30 de janeiro de 2023, custou cerca de R$ 140 mil, conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo. Juscelino justificou o uso do avião como sendo "urgente", embora sua agenda oficial no dia 27 de janeiro tenha durado menos de três horas.

Além disso, o ministro foi acusado de embolsar diárias de viagens, tanto domésticas quanto internacionais, ao cumprir apenas alguns compromissos oficiais, conforme levantamento divulgado pelo site Metrópoles em julho de 2023. Outra polêmica envolveu sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando foi revelado que ele omitiu um patrimônio de R$ 2,2 milhões em cavalos de raça na declaração feita durante sua campanha para deputado federal, no ano anterior.

Com informações da CNN Brasil. 

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