Política
Publicado em 17/04/2025, às 11h24 O ato contou com a presença de políticos do Psol e PT, que defendem a permanência de Glauber no cargo e criticam o orçamento secreto. - Divulgação Redação
Militantes de esquerda realizaram nesta quarta-feira (16), em Natal, um protesto em apoio ao deputado federal Glauber Braga, que enfrenta um processo de cassação na Câmara. A maioria dos manifestantes era ligada ao Psol, entre eles o ex-deputado estadual Sandro Pimentel. Mas políticos do PT também participaram, como o deputado federal Fernando Mineiro, a deputada estadual Divaneide Basílio e os vereadores de Natal Brisa Bracchi e Daniel Valença.
A manifestação teve concentração na calçada do shopping Midway Mall, no cruzamento das avenidas Salgado Filho e Nevaldo Rocha. Os manifestantes levaram para o ato faixas com as mensagens “Glauber fica” e “Glauber fica contra o orçamento secreto”.
Em discurso durante a manifestação, Sandro Pimentel atribuiu a tentativa de cassação a uma articulação de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, denunciado por Glauber Braga como comandante do esquema do orçamento secreto.
“O País está passando por uma situação muito delicada de ameaça às liberdades democráticas. A direita e a extrema direita se organizam para calar aqueles que têm coragem, para calar aqueles que não têm medo de dizer que o ladrão roubou. Arthur Lira tem sido confrontado por vezes pelo nosso deputado Glauber Braga, e ele tem apresentado as provas, inclusive junto à Polícia Federal”, declarou Sandro.
Durante a manifestação um caso de xingamento por parte do deputado federal Fernando Mineiro foi registrado. “Vai procurar tua turma, caralho”, disse o parlamentar a um jovem do perfil @direitaraizrn
Em março de 2024, Fernando Mineiro protagonizou um vídeo de integrantes do MBL, dentre eles, o hoje vereador Matheus Faustino, e apareceu xingando e agredindo os jovens, ao lado da deputada federal Gleisi Hoffmann, atualmente ministra do Governo Lula.
Mais sobre o caso Glauber Braga
Nesta quarta-feira, Glauber Braga completou uma semana em greve de fome. Ele está dormindo no chão do plenário 5 da Câmara, onde ocorreu a sessão do Conselho de Ética que foi favorável à retirada dele do cargo. O objetivo é reverter o caso no plenário da Câmara dos Deputados, que dará a palavra final no processo.
Segundo a equipe do deputado, a pedido médico, ele tem ingerido soro fisiológico, isotônico e água para não desidratar completamente. Na manhã da terça-feira, ele relatou ter começado a sentir dores na cabeça e na barriga, mas disse que não desistirá do jejum.
Glauber Braga está ameaçado de cassação por ter expulsado da Câmara, com chutes, o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Costenaro havia feito insinuações sobre a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ) Saudade Braga, mãe de Glauber, que estava doente e morreu 22 dias após o ocorrido.
Durante toda a tramitação do processo, Glauber disse que o relatório, exercido por Paulo Magalhães (PSD-BA), foi “comprado” pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que exercia o cargo no ano passado, como forma de perseguição retaliação por denúncias sobre o orçamento secreto. Glauber chamou Lira em diferentes oportunidades de “bandido”.
Nesta quarta-feira, Glauber Braga foi visitado na Câmara pela deputada estadual Isolda Dantas (PT-RN), que está em Brasília para agendas em ministérios.
“Glauber tem uma trajetória de luta pelos direitos humanos e sociais e está sendo ameaçado de cassação por denunciar os esquemas do orçamento secreto. Hoje, em Natal e em todo o país, movimentos sociais, políticos, classe artística e muito mais se unem numa só voz pra dizer: Glauber fica! A sua defesa é a defesa à liberdade democrática”, escreveu a parlamentar, pelas redes sociais.
Isolda disse ainda que, ao fazer greve de fome, Glauber Braga “resiste pacificamente à violência política do qual está sendo vítima”.
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