CBF afasta árbitros de polêmicas em jogos de Palmeiras e Inter no Brasileirão

As equipes de arbitragem que atuaram nas partidas entre Sport x Palmeiras, na Ilha do Retiro, e Internacional x Cruzeiro, no Beira-Rio, válidas pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, foram afastadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi tomada após análise que apontou falhas nas decisões durante os confrontos, gerando diversas críticas.

Segundo a CBF, os árbitros envolvidos passarão por um processo de atualização, recebendo novas orientações antes de serem escalados novamente. Não há prazo definido para o retorno. A medida foi tomada com base em um relatório do Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais (CCEI), que identificou equívocos nos dois jogos.

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No duelo em Recife, o Palmeiras garantiu a vitória por 2 a 1 sobre o Sport após um pênalti polêmico. Aos 42 minutos do segundo tempo, o árbitro Bruno Arleu de Araújo assinalou um toque de Matheus Alexandre sobre Raphael Veiga. O VAR, comandado por Rodrigo Nunes de Sá, validou a decisão sem sugerir revisão no monitor. Piquerez converteu a cobrança.

Em Porto Alegre, a reclamação veio após a expulsão precoce de Jonathan Jesus, do Cruzeiro, aos 20 minutos da primeira etapa contra o Internacional. O árbitro Marcelo de Lima Henrique entendeu que o zagueiro cometeu falta em Wesley próximo à área, e inicialmente mostrou o cartão amarelo.

Segundo o coordenador-geral da Comissão de Arbitragem, Rodrigo Cintra, "o defensor estava atrás da linha da bola, sem possibilidade de disputa. Havia domínio e só o goleiro à frente". Ele ainda destacou:
"Há momentos para orientar, corrigir e, se necessário, afastar. Neste caso, o afastamento tem caráter educativo, para que os árbitros estejam mais alinhados nas futuras partidas".

A equipe responsável por Sport 1 x 2 Palmeiras foi composta por Bruno Arleu de Araújo e Rodrigo Nunes de Sá, além dos assistentes de campo Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Thiago Henrique Neto Correa Farinha, o quarto árbitro Afro Rocha de Carvalho Filho e os auxiliares de VAR Diogo Carvalho Silva e Adriano Barros Carneiro.

Na partida entre Internacional 3 x 0 Cruzeiro, atuaram Marcelo de Lima Henrique e Daiane Muniz, com o apoio dos auxiliares Nailton Junior de Sousa Oliveira e Renan Aguiar da Costa, o quarto árbitro Luciano da Silva Miranda Filho e os assistentes de VAR Amanda Matias Masseira e Rodrigo Carvalhaes de Miranda.

Treinamento e profissionalização da arbitragem

Após reunião realizada nesta segunda-feira, a Comissão de Arbitragem da CBF anunciou que, a partir do dia 14, os principais árbitros e assistentes da Série A participarão de treinamentos presenciais no campo do Clube da Aeronáutica (CAER) e no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB), ambos localizados no Rio de Janeiro.

Essa etapa faz parte do plano de profissionalização da arbitragem, apresentado em fevereiro. A programação inclui atividades práticas com estrutura de VAR montada para simulações.

O anúncio veio após uma reportagem da revista piauí revelar gastos milionários da CBF com políticos, celebridades e membros do Judiciário, além de aumentos nos salários de presidentes de federações estaduais.

Apesar dos valores altos, a matéria destacou que a CBF suspendeu as passagens e hospedagens pagas para que os árbitros da Série A participassem de treinamentos presenciais quinzenais em um clube privado no Rio. Em razão de restrições no orçamento, as avaliações passaram a ser feitas por videoconferência.

Essas atividades eram parte de um projeto proposto por Wilson Luiz Seneme, então chefe da Comissão de Arbitragem, que previa um centro de treinamento exclusivo com infraestrutura completa e câmeras para simulação de lances, além da criação de uma escola para formação de árbitros.

Os dois programas, estimados em R$ 60 milhões, receberam aprovação do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. No entanto, após seguidas críticas ao desempenho dos árbitros na última temporada, Seneme foi desligado da entidade.