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Publicado em 29/04/2025, às 15h07 Redação
"Parecia The Walking Dead. Ficamos sem água, sem energia e sem comunicação. Foi um grande susto. Ficamos de 12h às 21h sem nada". O relato é do natalense Pedro Oliveira, que falou com exclusividade ao BNewsNatal nesta terça-feira (29), após o apagão que atingiu parte da Europa.
Dono de um estabelecimemnto comercial em Portugal, Pedro conta que a família passou por momentos de angústia e aflição em meio à falta de energia elétrica, água, sinal de telefone e internet. O apagão atingiu Alcabideche, povoado de Cascais, distrito de Lisboa/Portugal, onde reside há pouco mais de três anos com a esposa e o pequeno filho do casal, atingiu toda Portugal e também afetou a Espanha inteira. Tudo isso nesta segunda-feira (28), durante quase 10 horas de confusão e de incertezas sobre o que estava acontecendo.
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"Foi um dia bastante atípico, um dia bastante confuso em relação a tudo, a forma como as coisas aconteceram. Até então era um dia normal, um dia comum de trabalho, de escola. Enfim, de repente faltou a eletricidade completa de todos nós. Por volta da hora do almoço, mais ou menos de 12h. Rapidamente também começou a faltar água encanada nas casas. E logo em seguida também faltou o sinal de rede de comunicações. Ficamos todos sem ter como falar com as outras pessoas, sem ter como se comunicar. Eu também fiquei sem internet. Ainda consegui, com bastante dificuldade, um sinal bem ruim de telefone. Consegui falar com minha esposa. Ela estava no trabalho. Eu já estava a caminho de casa, indo buscar o nosso filho na creche. Foi uma situação bastante complicada porque, enfim, o sinal foi se perdendo gradativamente até que chegou ao ponto que realmente não tinha nenhum sinal de rede. Isso foi generalizado, ninguém conseguia usar o telefone nem usar a internet. Ninguém sabia o que estava acontecendo, e as poucas informações que chegaram é que tinha sido Espanha, Portugal e alguns outros países da Europa, ou talvez mais, até a Europa toda, o continente todo. O prazo que deram inicialmente foi de que voltaria a se estabilizar em torno de uma semana. Essa informação inicial gerou desespero nas pessoas", acrescentou Pedro.
"Na casa onde vivemos também ficou sem energia, sem água. Então, quando eu saí do trabalho fui logo a um supermercado próximo da minha residência, e quando eu cheguei já não havia nem lugar para estacionar. O local estava superlotado. As pessoas, inclusive com carros estacionados fora dos lugares, nas esquinas dos estacionamentos. Dentro da loja estava um caos absoluto. Muitas prateleiras já vazias, sem nenhuma mercadoria. Não tinha mais água, não tinha mais quase nada. As pessoas estavam com várias fardos de água, carregando pacotes de água nos carrinhos. Foi absurdo. Entrei no supermercado e tentei, mas não achei água. Pensei em ir a outro supermercado, um pouco maior, e foi o que eu fiz. Então saí e fui em busca do outro supermercado. Lá estava igualmente lotado, mas comprei água, comprei algumas coisas, bolachas, pães, algumas frutas, pilhas, essas coisas. Felizmente já tínhamos feira em casa, comida. Mas por prevenção comprei água mineral, porque não tinha água em casa, né? E foi isso. Ficamos nessa situação mais ou menos o dia inteiro, até por volta das 21 horas, quando a luz começou a voltar na região norte do país. Depois, gradativamente foi retornando na região sul. Foi um susto bastante incomum, assim, desagradável. Os sinais de trânsito ficaram todos apagados, e todos na rua, no desespero de comprar mantimentos, e de termos que ir correndo para casa, tudo ao mesmo tempo, e tudo isso sem comunicação foi muito complicado", concluiu o natalense.
De volta à normalidade
Na tarde desta terça (29), a rede de energia elétrica da Espanha (REE) disse que restaurou 99,16% da demanda de eletricidade do país. Já em Portugal, a E-Redes e a REN garantiram que o serviço está totalmente normalizado. Com a situação melhor após o apagão, agora as autoridades de ambos os países correm atrás das causas do que pode ter ocorrido. Ataque cibernético foi descartado.
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