Mercadante vê riscos para o Brasil na guerra comercial promovida por Trump

Nesta quinta-feira, 10 de abril, após um seminário realizado na sede do BNDES, Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou que a guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresenta tanto riscos quanto oportunidades para a economia brasileira. Durante sua fala, Mercadante destacou os setores da agropecuária e da indústria como áreas que podem se beneficiar das mudanças nas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

Trump implementou taxas elevadas sobre a importação de produtos, com o intuito, segundo o governo americano, de proteger a economia nacional. Embora tenha suspendido essas tarifas para a maioria dos países por um período de 90 dias, as sobretaxas sobre produtos chineses permanecem acima de 100%.

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Em conversa com jornalistas, ao final de um seminário sobre cooperativismo realizado, Mercadante destacou que o contexto de incerteza gerado pela decisão unilateral de Trump foi negativo para a economia global. Ele ressaltou que, como consequência dessa guerra comercial, haverá uma pressão inflacionária global, além de um impacto no ritmo dos investimentos. 

O presidente do BNDES acredita que, embora o cenário traga riscos, também abre portas para o Brasil, principalmente nos setores de agropecuária e pecuária, com a possível ampliação do mercado para produtos brasileiros. Ele observou que os Estados Unidos têm sido um competidor importante nesses segmentos, mas agora, com as mudanças no mercado global, o Brasil pode se beneficiar com uma maior abertura de mercados.

Além do setor agropecuário, Mercadante também ressaltou os avanços da indústria brasileira, destacando a recuperação do Brasil no ranking mundial de desempenho industrial. Para enfrentar os desafios impostos pelo protecionismo dos Estados Unidos, o presidente do BNDES defendeu uma maior aproximação com outros países que também estão sofrendo os efeitos dessas tarifas, como México e Canadá.