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Mulheres no Brasil enfrentam desigualdade salarial de 20% em relação aos homens, aponta estudo

O estudo, que avaliou 19 milhões de postos de trabalho, um milhão a mais do que no ano passado, também revelou dados alarmantes sobre os altos cargos. - Wilson Dias/Agência Brasil
Em funções de alta direção, como diretores e gerentes, as mulheres ganham 26,8% a menos do que seus colegas homens  |   BNews Natal - Divulgação O estudo, que avaliou 19 milhões de postos de trabalho, um milhão a mais do que no ano passado, também revelou dados alarmantes sobre os altos cargos. - Wilson Dias/Agência Brasil

Publicado em 07/04/2025, às 17h29   Redação



Em 2024, as mulheres no Brasil receberam, em média, salários 20,9% inferiores aos dos homens, de acordo com um estudo realizado em mais de 53 mil empresas com 100 ou mais funcionários. Esse percentual reflete uma desigualdade salarial que permanece praticamente inalterada em relação a 2023, quando a diferença foi de 20,7%, e a 2022, com 19,4%.

De acordo com o 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado nesta segunda-feira (7) pelos Ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego, o salário médio dos homens foi de R$ 4.745,53, enquanto o das mulheres foi de R$ 3.755,01. Para as mulheres negras, a média salarial foi ainda mais baixa, com R$ 2.864,39. Isso representa uma disparidade de 52,5% a menos em comparação aos homens brancos, uma ligeira diferença a mais do que em 2023, quando a diferença era de 49,7%.

O estudo, que avaliou 19 milhões de postos de trabalho, um milhão a mais do que no ano passado, também revelou dados alarmantes sobre os altos cargos. Em funções de alta direção, como diretores e gerentes, as mulheres ganham 26,8% a menos do que seus colegas homens. Para aquelas com formação superior, a disparidade aumenta, com mulheres graduadas recebendo 31,5% menos que os homens com a mesma qualificação.

Cida Gonçalves, ministra da Mulher, ressaltou que a desigualdade de gênero ainda é um desafio significativo. Ela destacou que mudanças estruturais precisam ser feitas, tanto na forma como as empresas veem a inclusão feminina quanto na divisão do trabalho doméstico e de cuidado, que recai desproporcionalmente sobre as mulheres. 

Nos estados, Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e o Distrito Federal foram destacados como regiões com menores desigualdades salariais. Por outro lado, o estudo mostrou um dado positivo: o número de empresas com menos de 10% de mulheres negras empregadas diminuiu, passando de 21,6 mil para 20,4 mil. Além disso, o número de mulheres negras inseridas no mercado de trabalho aumentou de 3,2 milhões para 3,8 milhões, o que representa um avanço considerável.

Embora o número de mulheres no mercado de trabalho tenha aumentado, a diferença de rendimentos entre os gêneros continua. Em 2024, as mulheres representam 37,4% do total de rendimentos no mercado de trabalho, uma leve variação em relação a 2015, quando essa proporção era de 35,7%. 

Se houvesse uma equiparação salarial entre homens e mulheres para funções semelhantes, a economia brasileira teria sido beneficiada em R$ 95 bilhões em 2024, conforme o relatório. Isso evidencia o impacto que a desigualdade de remuneração tem não apenas nas mulheres, mas também na economia do país como um todo.

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