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Publicado em 28/04/2025, às 16h59 Redação
Michael Scheuer, ex-gerente de produção da Walt Disney World, foi condenado a três anos de prisão por um tribunal federal da Flórida, na última quinta-feira (24). Aos 40 anos, Scheuer admitiu ter invadido o sistema interno usado para gerenciar cardápios dos restaurantes e hotéis do complexo, modificando preços, inserindo palavrões e alterando informações sobre alérgenos.
A sentença inclui ainda o pagamento de cerca de US$ 620 mil (aproximadamente R$ 3,5 milhões) em restituição à Disney, além de US$ 70 mil (cerca de R$ 397 mil) destinados à empresa de software responsável pelo programa utilizado.
De acordo com documentos judiciais, as alterações feitas nos menus não chegaram a ser vistas pelo público, pois foram detectadas antes da impressão. A investigação revelou que, após voltar de uma licença-paternidade em junho de 2024 e se envolver em uma discussão com um supervisor, Scheuer foi demitido por má conduta. Pouco depois, começaram as invasões ao sistema, que se estenderam por cerca de três meses.
Entre as adulterações, Scheuer reduziu o preço da bebida “Giddy-Up” e diminuiu o peso de um filé-mignon. Ele também trocou a palavra "shellfish" (frutos do mar) por "hellfish" (jogo de palavras que remete ao inferno) e, de maneira mais grave, alterou dados indicando falsamente que alimentos eram seguros para pessoas com alergias severas.
Segundo o FBI, Scheuer também bloqueou o acesso de 14 funcionários às suas contas corporativas, utilizando ataques cibernéticos conhecidos como DDoS. Em um episódio registrado, ele ainda chegou a visitar a casa de um ex-colega, deixando sua presença registrada por uma câmera de segurança.
A defesa de Scheuer alegou que ele queria chamar a atenção da empresa e que sabia que as alterações seriam detectadas pelo processo interno rigoroso da Disney. Em entrevista, o advogado David Haas afirmou que seu cliente está arrependido e agradecido por a sentença ter sido de apenas 36 meses, destacando que Scheuer é o único provedor de sua família, composta por sua esposa — que enfrenta problemas de saúde — e três filhas pequenas.
O procurador interino do Distrito Central da Flórida, Gregory W. Kehoe, afirmou que questões de saúde mental também foram consideradas nas ações do ex-funcionário.
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